segunda-feira, 18 de maio de 2015

Indo

Em tráfico
“Semaforiso” meu mar
Em via
que nada expressa
Meu mover
meu esperar
meu ir
em vias de...
transitar em ânsia
de automotivar minhas linhas
enfurecer todo meu alado
pipoquear esta via nada rosa
quarada
que
em fumacento riso
Me “inerta” ainda...

*Tattu




segunda-feira, 11 de maio de 2015

Cordel da Naza

1
Vim aqui para vos falar
Pois sou Arthur filho de Maria
e aprendi quem eu amo homenagear
com minha mais singela poesia
abra as oiças para escutar
o que agora vou versar numa biografia
2
Vinda das bandas de marechal
Caçula filha duma penca de bruguelos
Do seu Ontonho e da dona Zabé
Vingou na vida em tempos poucos marmelos
Guerreira desde a infância
Venceu na vida enormes duelos
3
Timbungava com gosto na praia do francês
Na pracinha nunca tava só
Era a mais bela do beco das virgens
Perfumando a primaveras e na vida dando nó
Com toda coragem do mundo
Veio se fazer na capitá maceió
4
Cuidar dos que estão enfermos
Parece mesmo ser sua sina
Ela, mesmo que um anjo
Toda alvinha no traje de menina
Um pedaço do trabalho de deus
Nos hospitais da área da medicina
5
Por cada armada ela já passou
O que não abalou essa forte mulé
Tratou de cuidar sozinha dos pintainhos
Prus seus filhos deu amor e cafuné
Essa realmente é porreta
To falando é da danada da Nazaré
6
Que vira uma fera
Se mexer com um dos seus entes
Vira uma leoa, da mordida
Briga feio, até range os seus dentes
Uma eterna protetora
Para os filho é uma mãe valente
7
Parece ser daquele tido onipotente
Que nunca reclama de nada da vida
Uma verdadeira heroína existente
Que tem seus super poderes
De saber quando um filho ta doente
Sem nem mesmo o danado faze-lhe uma ligação
8
Essa mãe é puro coração
Minha primeira professora
Que dar a lição até sem nada fazer
Em essência é uma educadora
Que dessa vida só merece carinho
E toda proteção de nossa senhora
9
Tem uma coisa que a deixa evaporada
Andando na casa parecendo um trator
São os males da tal da idade
Que nela chegaram de forma Menor
Mas da uma suadeira da gota serena
Essa que é uma grande pausa recheada de calor
10
Outra coisa que também tenho que contar
É das coisas que lhe causam aperreio
Que tiram ela do sério
Quebrando tudo sem arrudeio
Pobre dos telefones que num funcionam
Ela quebra tudo no pé do sapateio
11
Mas tem uma alma maior que as das mães
Acolhe todos de quem ela gosta
Não importando a cor, a crença
Ou se nessa vida já fez bosta
Até do Rusquinho era a amada
Abre seus braços com muita sinceridade
E chama pra família sem a ninguém vira as costas
12
É uma mulé muito da prevenida
Vai ver é coisa de espírito de mãe
Que sempre pensa na chegada e também na ida
E na lápide do tempo já fez seu crediário
Pra não ter que dar trabalho na sua despedida
num é que a danada Já arrumou até uma cova
repara, já ta pensando é na triste partida
13
E eu to aqui é me lembrando
De como esses filhos lhe abusaram
Deixava os três sozinho em casa
Com o coração na mão, e eles quase se mataram
E quando ela comprou seu primeiro carro
Os peste dos filhos de catarro apelidaram
14
E quando um filho bota a fazer arte
Mas, daquelas que se tem estreia
Ela fica toda orgulhosa
Num pé e noutro como uma centopeia
É uma honra vê-la me prestigiando
Sem dúvida é minha melhor plateia
15
Teve uns atropelos na parte do amor
Mas dançando da vida a fez de pista
Nas produções logo se perfumou
E de tanto bailar alegrou sua vista
Deixou o coração se apaixonar
E hoje é bem casada com o camarada Batista
16
Suas palavras de sabedoria
Em minha vida foram com muito zelo
Tem aquela que assim dizia
Menino, esse mar não tem cabelo
E eu mais que depressa aprendia
Para em mim não cantar seu chinelo
17
Agora aposentada
Descansa numa rede sindical
Essa menina da pediatria
Leva uma vida nada mal
Faz passeios, dar risada,
É uma artista artesanal
18
Eu só posso mesmo ser agradecido
Pela senhora ter cuidado da minha vidinha
Me dado ensino, educação, cuidados,
Muito amor, teto e uma casinha
Tanta coisa que me faz acreditar
Que felicidade é poder te chamar de minha amada manhinha

*Tattu

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Em fim

Em fim
Das dores
Reticentam-se as angústias
Das súplicas
Parafraseiam-se os imprecisos
Do caos
“psicodélica-se” as perguntas
mudas
por mero capricho
Do Rio
Em janeiro se fazem em fim
Dos tempos
Jaz-se a que fica saudade em mim
Dos palcos
Falecem-se em falta de tuas artes
mudas
por mero capricho
Da ausência
Oceanam-se em lágrimas
Da amizade
“envivesse” em partes do todo
De você
Reafirmo-me em cada instante
Do Breu
Enluara-se a luz de essência
Do conforto
"lembranceia-se" em gargalhada
Das palavras
Silenciam-me todas as linhas
Mudas
E apenas mudas

*Tattu


(Entraste em minha vida em momento de confusão, para acertar, ou melhor, concertar a bagunça deixada por mim no levantar da poeira de outros. E de forma mais que poética, dirigistes um mais que perfeito caminho, vivido em plenitude das reticências. Teu presente foi brilhante, teu passado sublime e teu futuro... em forma de estrela, melhor, de lua cheia que iluminou a noite que soube de tua partida, será. Lágrimas secam, saudade ameniza-se, teu legado/ensinamento/essência eternizam-se em cada novo eu. Gratidão por tudo “miniano” Eris Maximiano)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

vi.vendo.e.olhando

As horas
Os medos
As verdades
Minhas
Suas
Ou apenas nuas,
As tais...

Da varanda
Vejo
Olho
Observo
E sou fitado
Por poucos segredos.

Os sagrados
Os fortes
Por vezes
Os fracassados
Os olhares
Curios.Os
Dos incrédulos
Dos passageiros
Dos terrestres

Os motoristas
De vidas
Em vias
Sem...
Vida

A real
A dualidade
Os amores
Tudo mais que quisera dizer
Ver
E
Aceitar
Ou
Apenas
O pudor puramente impuro

Se encontram na Marginal
No equilíbrio
Dos meus olhos
E das rodas “motosincronizadas”


*Tattu

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Broa ou pão francês?

Das frases estrangeiradas
Em terras natais minhas
As que mais me invertem
São aquelas que
Contam a mim reconhecidos sonidos
Fazendo-me sentir
Uma alegria quase “cabralística”
Em índias terras descobertas,
De não tão novas assim.
Assim,
Abraçado por tanto conhecimento em desuso
Em primeira vez
Sentir-me faz
Uma “broa”
Em arupemba de pão francês
Onde fazem as regras,
Pré-cozidas
De meus co-viventes,
Converter-me em um “viçante” vira-lata.


*Tattu

segunda-feira, 30 de março de 2015

Perambulante

“Agüem” mais “queres”?

Perguntou o ilegal vendedor
Na função de seus deveres
Ambulante em tamanha inexistência
Que se tomba em condução sem seus saberes
E no coletivo de tantas as horas
Assim ele,
“Passageireia-se”
de condução, a condição busca
Para apenas
Gastar o verbo
Vendendo
O verbo gastar
Mas apenas será
Que se para ser um incerto alguém
Na faculdade de todos seus quereres
Basta que se tenha “palarvas”
Indeléveis
Grafadas pelos nossos parcos,
Quiçá porcos,
“Conheceres”?

*Tattu

segunda-feira, 23 de março de 2015